Que príncipe que nada


Que príncipe que nada




Eu me lembro da primeira vez que percebi o sentimento, o mais diferente de todos, que me fez despertar para a adolescência. Eu tinha 11, 12 anos e gostava de um menino da minha classe, da mesma idade, super-bonitinho. O engraçado é que eu falava com todo mundo, mas morria de vergonha dele e ficava muda quando o guri aparecia. Naquela época, a gente até falava de namorado, amor, beijo, mas tudo era só "uma coisinha de nada", quase uma brincadeira, embora a meninada já sofresse, e escrevia no diário, fazia hora na porta da escola.

Lembro do primeiro beijo, tão estranha a descoberta, mal sabia eu que aquilo seria o fim da tranquilidade dos meus patins. Não sei se eu achava que aquele menino seria o meu príncipe, meu namorado e tudo mais. Mas, de lá para cá, a memória me é bem clara e o príncipe nunca me apeteceu. Para falar a verdade, se eu fosse a Branca de Neve, namoraria mesmo era o guarda que lhe poupou a vida no meio da floresta... já começou o "relacionamento" com uma bela prova de não-egoísmo, arriscando-se a ser morto pela rainha invejosa (há versões da estória que conta que não foi o beijo do príncipe que salvou a princesa e, sim, o tropeção de um dos anões que carregava o caixão de cristal. Quer dizer, príncipe só na vestimenta mesmo, né?).

Acho que foi por isso que sempre me apaixonei por homens inteligentes, daqueles que sabem tudo, conhecem o mundo, sabem do que é feita a rebiboca da parafuseta e a composição química do ácido sulfúrico. Beleza por beleza foi, e ainda me é, inútil: o que me inspira é o conjunto da obra. E a gente sabe quando está apaixonada quando perde o sono: a realidade fica, repentinamente, mais deliciosa do que o sonho.

Assim como aos 11, hoje eu ainda me sinto muito ingênua para falar de amor. Taí um sentimento que desconcerta, faz a gente rever um quinhão de conceitos, duvidar da razão. Mas, se tem uma coisa que eu aprendi recentemente, é que o amor precisa ser real para ser e se manter forte. Precisa ser cotidiano, entregue, participativo. Precisa ser presente, sim, na dor e na alegria, na noite e no dia, na brincadeira da praça e na delícia do quarto. Para amar é preciso disposição, inclusão, mas, sobretudo, para amar é preciso ter amor desarmado no coração.




Olá, sou Acácia Lima, editora, marketeira, mas, sobretudo, apaixonada pelas palavras. Sejam bem-vindos para falar comigo sobre a vida, os amores, amigos, dores e felicidade.


Meu blog: acacialima.blogspot.com
Twitter: @acacialima

4 comentários:

Julia Macarenna disse...

Oi querida
retomando com meus blogs
e vim te fazer uma visitinhaa.

Muito bom o seuu post, o amor é muito louco um sentimento q bagunça a gente, mais acho o principe num precisa ser como o dos contos, só precisa ser o q a gente ama ;D

beeeijoos
visita lá
www.meioambienteelegal.blogspot.com
www.macarennah.blogspot.com

Recado de Mulher disse...

Ai que textinho legal!!!
Adoro falar sobre sentimentos também, embora na maioria das vezes sejam frustrados... rs

Passa lá no blog depois! Estamos com novidades! :)

Beijos!

Raquel disse...

Olá !
Estou participando de um concurso de customização de Ecobags no Suzana Scrap ( http://suzanascrap.blogspot.com/2010/01/quer-votar-no-concurso.html ) e gostaria de contar com seu voto na Bag que customizei.
Basta ir até o blog da Suzana e comentar no post do concurso que você vota na Bag 01.
Espero que você possa votar e que goste do meu trabalho !
Beijo e obrigada !

Marília Alves disse...

Oi querida concordo com você plenamente, pois os príncipes são muitos certinhos e se a gente perceber eles aparecem muito pouco nas histórias. Na vida real é bem diferente, não há perfeição, há sim duas pessoas que se afeiçoam por suas admirações um ao outro e em vez de dizer que os opostos se atraem eu acho bem diferente acho que os iguais se atraem, as pessoas com mesma opinião ou mesma linha de pensamento, ao menos gostos iguais. Impossível viver com uma pessoa que gosta de Fidel Castro e a outra adora o Bush, vai ser briga o tempo todo. Também sempre procurei pessoas que tenham a me acrescentar e que na hora da conversa possamos ter um mínimo de coerência.